O conceito de Indústria 4.0 já vem sendo empregado há algum tempo e tem relação com a “digitalização” das operações da indústria de uma forma geral, buscando torná-las automáticas e mais eficientes.
As soluções de Internet das Coisas (do inglês “Internet of Things” – IoT) se apresentam como componentes essenciais para automação dos processos, pois são encarregadas de capturar dados em tempo real, passando para as ferramentas de análise a missão de informar o que esses dados significam para o processo.
A captura de dados é feita, em geral, por sensores e/ou câmeras instalados em pontos chave da linha de produção ou de qualquer outra parte do processo que precise ter o seu desempenho analisado. Um exemplo de utilização seriam câmeras capturando imagens em uma linha de produção para avaliar a qualidade do que está sendo produzido. Outro exemplo seria a colocação de sensores em máquinas das linhas de produção para que se possa medir temperatura, vibração, nível de gás carbônico (CO2) no ambiente, teor de humidade, entre outros itens, visando determinar o momento ideal de parar as máquinas para manutenção preventiva sem afetar o ritmo da produção.
O conceito de Indústria 5.0 reinsere o ser humano no contexto de automação, trazendo a ideia de trabalho conjunto de robôs e pessoas de forma colaborativa, ao contrário de se pensar na substituição de pessoas por robôs. Esses novos robôs colaborativos estão sendo chamados de “Cobots”. A preocupação com a segurança das pessoas nesse novo ambiente operacional é quase uma obsessão, como não poderia deixar de ser.
Nessa hora, entram em ação as ferramentas de Inteligência Artificial que podem controlar o ambiente e tomar decisões de forma automática. Um exemplo simples, mas importante, é habilitar a utilização de uma máquina por um operador somente quando ele estiver devidamente vestido e equipado com os utensílios de segurança como óculos protetores, capacete, botas, luvas etc. Mas em que essas novas tendências podem ajudar nossos parceiros de negócio?
Seguem alguns pontos a serem observados:
- As discussões em torno de Indústria 4.0 e 5.0 têm como pano de fundo a melhoria da competitividade das empresas. Nesse caso, o parceiro tem que estar bastante antenado com a atividade fim de seus clientes, pois eles estarão interessados em ouvir, avaliar e implementar soluções capazes de trazer mais eficiência para os processos, reduzir custos, aumentar a produtividade, proporcionar maior rentabilidade etc. Em resumo, capazes de melhorar seus negócios.
- Definitivamente, não é um tema para ser discutido somente com o responsável pela TI da empresa. É importante entender as questões do negócio do cliente para propor soluções trazendo benefícios concretos (na visão do cliente final!) ou resolvendo problema(s) com que o cliente final se defronta.
- As soluções tecnológicas (IoT, Data Analytics, Inteligência Artificial, Gêmeos Digitais entre outras) estão à disposição para serem utilizadas. Todos os dias surgem mais e melhores ferramentas. O parceiro precisa entender quais dessas tecnologias apoiam seus clientes, sendo que muitos deles precisarão modernizar seus ambientes de TI, mesmo antes de adotar essas novas tecnologias.
É exatamente nesse momento que surgem as oportunidades: mesmo antes da implementação e/ou adoção das novas tecnologias. Uma constatação simples é que nenhum cliente vai querer montar uma rede de comunicação para seus dispositivos de IoT sem segurança, ou armazenar dados críticos sem um processo de criptografia e guarda de dados implementado “on premise” ou na nuvem.
Se esses novos conceitos são importantes para o seu cliente final, o levantamento do que precisa ser modernizado e, posteriormente, do que precisa ser implementado é o que vai gerar receita. Todavia, o parceiro pode não ter todos os conhecimentos necessários para acompanhar seus clientes finais nessa jornada. Nesse momento entra a figura do distribuidor de valor agregado, que conhece as tecnologias, tem acesso aos fabricantes e pode apoiar o parceiro nas situações de pré-vendas, sugerindo as tecnologias mais adequadas para o projeto específico, auxiliando na capacitação técnica e comercial das equipes do parceiro, colocando à disposição uma equipe de serviços para complementar áreas de conhecimento em que o parceiro não atua ou não tenha interesse em se aprofundar.
Além disso, podendo também ajudar na geração de demanda por meio da sua equipe de marketing e na busca por soluções financeiras, quando o cliente final tem somente parte do orçamento necessário. Dessa forma, é importante que o parceiro busque maior sinergia com o seu distribuidor sobre os temas acima e avalie em que áreas poderá contar com seu apoio e estrutura. Com o suporte de um distribuidor de valor, o parceiro poderá aconselhar e acompanhar os clientes finais em seus projetos rumo a modernização e melhoria de eficiências e competividade. Essas empresas certamente precisarão de apoio. E cabe ao parceiro de negócio decidir se quer (ou não) adquirir os conhecimentos necessários e estabelecer as parcerias corretas para guiar seus clientes nessa jornada!
Waldir Saboia, Diretor de Tecnologias de Alto Crescimento – Dados, Soluções de Inteligência Artificial e de IoT – da TD SYNNEX para a América Latina e Caribe.
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