A tecnologia pode ser complexa para alguns tipos de empresas, que precisam relacionar custos com benefícios.
Automação de Processos Robóticos (RPA para a sigla de Robotic Process Automation) é uma ferramenta que se distingue da automação tradicional de TI justamente pela utilização de robôs baseados em Inteligência Artificial (AI).
Com o RPA, o robô se adapta às mudanças do sistema de forma autônoma a partir do aprendizado da máquina. Ele analisa os comandos mais comuns ditados pelo programador e aprende o que está sendo feito para antecipar as ações humanas em próximas ocasiões, passando a interpretar processos específicos, manipulando dados e iniciando novas ações.
O sistema que utiliza RPA, as máquinas realizam tarefas repetitivas, operacionais e de baixa importância, liberando a mão-de-obra especializada para atuar de forma mais estratégica em atividades que exijam fatores humanos, como julgamentos, sentimentos e a razão. Diferente da automação sem robô, que imita os comandos humanos em um processo e diminui somente a necessidade de repetições.
Os benefícios da RPA
Redução de custo com pessoal e diminuição dos erros humanos nos processos repetitivos são os principais benefícios desta automação.
De acordo com o Gartner, até 2020 a automação e a inteligência artificial reduzirão as necessidades de funcionários em centros de serviços compartilhados em até 65% dependendo das funções que desenvolvem.
O próprio Gartner aponta ainda que o mercado de RPA alcançará US$ 1 bilhão nos próximos 2 anos, tendo um crescimento de 40% do uso de ferramentas de automação de processos robóticos por grandes corporações.
Os desafios da tecnologia
O primeiro dos desafios da RPA é a capacidade que ela tem de eliminar empregos e, desta forma, trazer uma nova questão aos CIOs: capital humano das empresas e a retenção de talentos. Para a Forrester Research, 9% da força de trabalho global pode ser eliminada pelo uso de softwares de automação de processos.
Outro desafio é com relação à complexidade dos sistemas, além do tempo que leva para configurar os robôs e persistir até que funcionem com menor margem de erro possível.
Por fim, os custos de implantação das ferramentas, que podem ser inicialmente salgadas aos olhos do departamento financeiro até que se discuta o custo benefício da utilização da ferramenta.
Chaves para o sucesso de implantação do RPA
Para que haja retorno positivo dos investimentos em automação de processos robóticos, é preciso primeiro pesquisar o mercado e identificar os fornecedores, avaliar o contrato de prestação do serviço e buscar o perfil mais adequado para a necessidade da empresa.
Na sequência, identificar quais os processos são passíveis de automação e depois iniciar uma aculturação entre os colaboradores informando o papel dos robôs nos processos, como cada pessoa se encaixa e quais os perfis profissionais e novas exigências para os colaboradores, caso seja necessário.
É muito interessante manter a RPA simples, sem oferecer muita complexidade ao sistema, especialmente para facilitar o manuseio e interface e também para agilizar possíveis manutenções.
Outro ponto importante é testar as implementações com frequência para corrigir deficiências, uma vez que depois de inserido o sistema, as dúvidas começam a surgir e ajustes são necessários.
Em resumo, a RPA pode trazer muitas facilidades para certos tipos de empresas que tem muitos de seus processos repetitivos, diminuindo os custos com mão de obra e também os erros humanos. Por outro lado, traz algumas outras complexidades que precisam ser absorvidas pelos gestores e repassadas para toda equipe.
Além disso, as ferramentas de RPA estão no mercado desde 2012 e agora as empresas conseguem enxergar melhor os benefícios que podem trazer para seus negócios e quão diversa pode ser a utilização dos robôs.
Logicamente que o questionamento sobre a perda de vagas está sendo recorrente, sendo os seres humanos substituídos por robôs. Porém, com a transformação digital tão latente, novos postos, com novas especificações de talentos são abertos e serão absorvidos pelo mercado as pessoas que estiverem mais preparadas para atuarem em conjunto com as máquinas.
Cada empresa deve avaliar realmente as suas necessidades e se o custo benefício da tecnologia vai compensar.
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