Programas de computadores conhecidos como “chatbots” são programados para tomarem o papel de “assistentes" e auxiliarem os colaboradores das empresas em diferentes atividades de seu dia a dia. Entenda como essa tecnologia funciona.
O avanço da tecnologia tem-se aperfeiçoado ao longo dos anos. Em tempo, as comunicações em ambiente virtual tornaram-se instantâneas, onde a interação na rede mundial de computadores (internet) criou um meio de comunicação social para desenvolvimento pessoal e interação humana, além do progresso econômico, na chamada sociedade da informação, cabendo às pessoas utilizarem deste ambiente informático com cautela e com observância aos direitos fundamentais consagrados na Constituição Federal.
Nesse processo de evolução da sociedade, as chamadas “IAs" (Inteligências Artificiais) são mecanismos desenvolvidos para simular uma determinada interação humana. Com ela, muitas funcionalidades em diversos setores têm se tornado computadorizados e, cada vez mais, interagimos com um dispositivo programado a reproduzir determinadas informações, através de dispositivos informáticos, fazendo com que várias funções sejam supridas por este importante avanço para a sociedade.
À medida que o acesso a era da informação e tecnologia avança, formas de contribuir para o crescimento e desenvoltura na educação da população também. Além das iniciativas por instituições de ensino ao adaptarem salas de aulas com computadores por exemplo, medidas para automatizar meios que harmonizem informações de maneira instantânea e eficiente para amparar os alunos também foram criados, os chamados “chatbots”.
Programas de computadores conhecidos como “chatbots” são programados para tomarem o papel de “assistentes”, ou seja, uma pessoa programa um robô para atender determinados tipos de demandas em serviços de comunicação nas quais são alinhados através de inteligência humana para se adaptarem à situações em que poderão tomar por si só respostas instantâneas e coerentes com o tipo de conversa que estão presenciando, capacitando-os através de uma interface, para adquirirem inteligência artificial e simularem conversas por meio de um chat quase idênticas com as de um ser humano.
Os bots possuem um importante papel na idealização da educação na internet. São diversas iniciativas neste sentido no meio ambiente informático, como estudo a distância (EAD), plataformas estudantis tecnológicas, fóruns automatizados que reúnem informações relevantes em um pequeno intervalo de tempo, entre outros mecanismos que adaptados à necessidade das pessoas se tornam uma poderosa ferramenta para fomentar a educação e acesso à informação.
Por este motivo, o mecanismo que alimenta o robô deve ser preciso e estar em constante atualização e implementação. Para que isso ocorra, é importante saber diferenciar inteligência humana da Inteligência artificial (IA). Um dispositivo informático pode ser capacitado, através de programação a desenvolver comunicação automatizada, porém, apenas uma pessoa possui a qualificação para pensar e desenvolver sua inteligência através da prática de estudos e até mesmo no cotidiano e sua vivência com o mundo, assim como, a capacidade de consciência e sensibilidade, qualificações estas que são inacessíveis aos computadores de maneira totalmente eficaz.
Uma pergunta impõe-se: é possível treinar seu robô?
Vejam, essa importante ferramenta, se utilizada de maneira idônea e responsável, é um grande avanço para a educação online. Com ela poderá ser desenvolvido um significativo papel no amparo às pessoas que não possuem acesso à informações de maneira célere sobre diversos assuntos, automatizando a comunicação e por conseguinte atendendo um elevado número de pessoas. Como toda ciência devemos levar em conta que o direito está em constante mudança e por este motivo, essa ferramenta deve ser monitorada e se necessário reprogramada para executar respostas automatizadas que não permitam entendimento diverso dos previstos em leis, jurisprudências, conceitos éticos ou até mesmo respostas desrespeitosas e ofensivas.
Não obstante, o que é uma conversa inofensiva e o que é uma conversa ofensiva? Os bots são programados com uma linguagem formal ou informal? Estarão aptos a detectar discursos de ódio?
A comunicação hoje em dia parte de gírias, abreviações e linguagem informal, o que está se tornando cada vez mais comum e corriqueiro, principalmente em redes sociais, podendo gerar dupla interpretação através destes meios pelo interlocutor, por este motivo, é de extrema importância treinar algoritmos para detectar tais comportamentos na rede e não interagir de maneira a ofender a integridade moral de alguém. Para que isso ocorra, não basta incluir palavras específicas e não as atualizar e revisá-las.
Neste mister, podemos mencionar bots programados para auxiliar pessoas que enfrentam bullying ou cyberbullying ou que possuem pensamentos suicidas. Criar esse tipo de sistema é algo extremamente desafiador e não somente pela dificuldade da criação em si, mas porque os desenvolvedores precisam prever as diversas variações de linguagem que as pessoas poderão utilizar para interagir com determinadas plataformas.
Situações complexas de prever que os programadores ou controladores dessas interfaces poderão enfrentar ou até mesmo já se deparam, são os casos em que as comunicações partem de palavreados baixos, ofensivos, racistas, gírias ou conjuntos de palavras inovadoras que são utilizadas para ofender e fazer com que o bot seja incapaz de filtrar para si mesmo o uso das palavras, o que causaria um enorme problema social.
Partindo deste ponto, é importante pensarmos no seguinte questionamento:
Sendo o bot feito para dialogar e para oferecer suporte às pessoas, que tipo de problemas os desenvolvedores terão caso suas criações começarem a ofender, não auxiliarem corretamente em casos como por exemplo, bullying, instigação ao suicídio, apologia ao estupro, entre outros?
Após pesquisas, constata-se que uma máquina não é totalmente capaz de aprender na mesma velocidade o entendimento da linguagem como os humanos, e por este motivo, a responsabilidade por eventuais ilícitos cometidos por IAs serão analisados a luz do Marco Civil da Internet, pelo Código Civil e Código Penal Brasileiro, assim como, pela Lei Geral de Proteção de Dados quando da sua vigente, conforme cada caso.
Por fim, podemos concluir que um chatbot necessita de uma intervenção humana para sempre se adequar à legislação vigente e não criar uma linguagem inapropriada, visto que as consequências para tais atos podem ser fatais, devendo estabelecer filtros que impeçam a comunicação por meio de preconceitos e injúrias. Por conseguinte, adaptadas na realidade de maneira consciente e responsável é considerada um avanço importante e eficaz para o aprendizado e educação na esfera digital.
Escrito por: Nathalia Esteves e Beatriz Fagundes Arouca.
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