Conexão, padronização e governança são os fatores que se tornam obstáculos para que as cidades inteligentes prosperem.
As Smart Cities são aquelas que utilizam tecnologias para automatizar a gestão de serviços urbanos, pensando no bem-estar da população. São cidades mais sustentáveis, que focam os esforços tecnológicos em seis áreas chaves: economia, mobilidade, pessoas, governança, meio ambiente e qualidade de vida.
As tecnologias ajudam a ajustar as ações das cidades atuais em ambientes desafogados. Além de questões de sustentabilidade, há também discussões sobre redução de gastos públicos e transparência na relação entre governo e cidadãos.
Neste contexto, porém, existem grandes obstáculos que precisam ser transpassados para que as Smart Cities prosperem.
O primeiro deles é a conectividade de rede. Todos os sensores conectados que fazem o trabalho de integração de uma Smart City funcionam baseados em Internet das Coisas (IoT). Se não há garantia de que a conexão funcione em todas as extremidades da cidade, pode haver oscilação do serviço comprometendo a eficiência dos sensores.
O segundo, é a padronização dos dados. Um semáforo, por exemplo, que tenha sensores capazes de contarem a quantidade de carros que passam por uma via e se relaciona com outros semáforos de outras ruas, pode mudar de forma autônoma seu tempo de sinal vermelho ou verde para desafogar o trânsito em determinada região.
Se as tecnologias utilizadas nesses semáforos são diferentes dos sensores implantados nas ruas que vão medir o fluxo de carro e que são diferentes também dos radares de velocidade, vai dificultar a comunicação entre eles e a automação do trânsito não será eficiente.
Por fim, o terceiro grande desafio das Smart Cities é a governança dos dados. Especialistas acreditam que haverá uma grande transformação nas cidades na próxima década com a inserção de sensores para avaliarem tudo.
Desde trânsito, à coleta de lixo, funcionamento de escolas e hospitais até sensores em piscinas nas casas que estão para alugar para saber se estão descuidadas e podem ser um ambiente propício para a procriação de larvas e mosquitos.
Porém, quem serão os administradores de todas essas informações e dados gerados? A Prefeitura? Uma empresa será contratada para fazer essa gestão? Órgãos Públicos? É uma decisão muito difícil, especialmente quando se trata da privacidade dos cidadãos e seus direitos de liberdade.
Alguns especialistas defendem a criação de um ecossistema aberto, com provedores de dados e proprietários trabalhando juntos para evitar o aprisionamento com um fornecedor de tecnologia. Outros já acreditam que haverá empresas de consultoria que terão o papel de mediadoras no processo, fazendo uma ponte entre as empresas de TI e as cidades.
Tudo o que se sabe das Smart Cities atualmente são de projetos pontuais em locais específicos que têm utilizado as tecnologias para estudarem o comportamento dos cidadãos, a usabilidade e investimentos que são feitas dessas tecnologias e ainda como plataforma para desenvolvimento de novas soluções.
Exemplos de cidades que investem em automação
Em Barcelona, na Espanha, a gestão de resíduos é um grande exemplo de automação de um serviço urbano. Escotilhas foram desenvolvidas e espalhadas por todo lugar para recolher sacos de lixo de hora em hora, durante os 7 dias da semana.
Todas as bocas dos latões são conectadas a um gigantesco sistema de tubulação enterrado a pelo menos 5 metros da superfície e que funcionam como um sugador que aspira o lixo. Os sacos chegam a viajar a 70 km/h pela tubulação, chegando ao seu destino final: um centro de coleta.
Em Copenhague, capital da Dinamarca, a tecnologia é utilizada, especialmente, para diminuir emissões de carbono, reduzindo, consequentemente, a utilização de combustíveis fósseis. Uma das saídas é automatizar a infraestrutura de ciclovias, incentivando a população a utilizar bicicleta ao invés de carro.
As ciclovias contam com semáforos exclusivos controlados a partir do sistema de Onda Verde, em que os ciclistas pedalando na média de 20km/h pegarão todos os sinaleiros abertos.
As bicicletas de aluguel são equipadas com GPS e sensores que informam sobre a qualidade do ar e os usuários ainda recebem informações sobre congestionamentos em tempo real. O resultado é que 55% da população utiliza bicicleta para ir ao trabalho diariamente, reduzindo 21% das emissões de carbono nos últimos 12 anos.
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