O ransomware é um crime cibernético que sequestra os dados corporativos das empresas e exige resgate. Veja como agir perante essa prática!
Devido a pandemia do coronavírus, muitas empresas precisaram se reinventar e se adaptar ao home office e, posteriormente, a modalidade híbrida, com uma parte de colaboradores no escritório e outra em casa. Acontece que, trabalhando remotamente, com uma rede de internet doméstica, a segurança virtual tende a ser bem inferior quando comparada a de um escritório corporativo, que possui recursos tecnológicos mais avançados para a proteção dos dados.
Logo, esse novo cenário contribuiu para o aumento das brechas no sistema de segurança digital, visto que houve um aumento massivo de ataques cibernéticos que andam amedrontando as empresas de pequeno, médio e até mesmo grande porte, são os chamados ataques ransomware.
Segundo dados apontados pela Check Point, houve um aumento de 92% no volume de tentativas de ransomware desde o início de 2021. Somente neste período, o Brasil foi afetado de maneiras diversificadas, levantando o seguinte questionamento: o país investe no que é necessário para proteger os seus dados perante um crime cibernético de grau preocupante como este?
Há indícios que apontam que a resposta não seja muito positiva, já que o investimento em cibersegurança ainda é muito baixo, o que tem dificultado bastante no gerenciamento de dados corporativos.
Nunca houve um momento tão propício para trabalhar com recursos preventivos contra os ataques de ransomware, uma vez que os hackers estão se aprimorando cada vez mais nas formas de criptografar dados e desenvolver novas formas de realizar uma violação.
Portanto, é preciso que as empresas monitorem continuamente esses desenvolvimentos para conseguirem agir e se proteger antes de serem afetadas por eles. Leia mais informações sobre ransomware a seguir:
O que é um ataque ransomware?
Ransomware é um tipo de malware usado por hackers para “sequestrar o computador” de um determinado usuário ou empresa, a fim de cobrar um valor significativo pela devolutiva aos responsáveis, enquanto capturam os dados corporativos.
É uma prática que tem afetado várias verticais e, geralmente, esses cibercriminosos costumam pedir valores exorbitantes em troca de não vazar os dados, informações e registros confidenciais na internet, imprensa e em outros meios.
Esse ataque cibernético codifica os dados do sistema operacional corporativo, assumindo o controle virtual e bloqueando qualquer tipo de acesso. Dessa forma, os usuários não conseguem mais obter documentos, visualizar programas, instalar softwares e realizar qualquer outra ação. Além disso, é um ataque silencioso, ou seja, tudo acontece de modo despercebido, até que seja tarde demais para ser evitado.
Então, quais medidas as empresas devem implantar para reforçar a proteção contra invasões de alta escala como os ataques de ransomware?
É preciso investir em backup!
O primeiro passo para os dados corporativos contra os ataques ransomware é investir em uma implantação estratégica e rígida de backup, ou seja, armazenando todas as informações em um lugar seguro. Desse modo, ainda que um ataque aconteça e os dados corporativos sejam criptografados, a organização terá uma cópia de todos eles, não precisando se tornar refém do resgate.
Portanto é indispensável que as equipes criem uma rotina de backups eficiente e mantenha o hábito de gerenciar a cópia de todos os arquivos da empresa, a fim de protegê-los contra possíveis tentativas de cibercriminosos.
Para isso, é preciso realizar uma verificação constante e completa de arquivos, garantindo que todos os processos sejam práticos e eficientes. Sem proteção de dados e backup, as empresas passam a ser vítimas desse tipo de ameaça, ficando, completamente, na mão dos hackers.
Além disso, é importante criar um plano de restauração de backup para situações de emergência. Aqui está um exemplo prático de como esses processos podem ser a salvação dos negócios:
O Serviço Nacional de Saúde da Irlanda, o Health Service Executive (HSE), sofreu um ataque de ransomware que comprometeu os sistemas de saúde locais e nacionais, causando prejuízos imensuráveis. Os cibercriminosos se concentraram em atacar o acesso aos dados armazenados nos servidores centrais do HSE Ireland, onde há os históricos eletrônicos de saúde.
O pedido de resgate solicitado foi de 20 milhões de dólares, sob ameaça de vazamento de dados dos pacientes. Com isso, não houve outra alternativa, a não ser paralisar todos os sistemas dos hospitais públicos, com o propósito de minimizar o impacto deste ataque cibernético e evitar a disseminação do malware.
Entretanto, sem um plano estratégico para lidar com um ataque de alta proporção como esse, os hackers liberaram diversas informações sigilosas, já que o pagamento não foi efetuado.
Esse ataque de ransomware que ocorreu em maio de 2021, fez com que a equipe de TI do HSE Ireland trabalhasse incessantemente para restaurar os servidores. Foram mais de 2 meses para recuperar 85% dos servidores e ainda há muito trabalho a ser feito pela frente. Mas, de qualquer forma, só foi possível restaurar os dados e informações, graças ao backup que eles tinham dos arquivos.
No Brasil, além de investir em backup e proteção de dados corporativos, o governo também estabeleceu uma alternativa bastante dinâmica para contribuir perante estes ataques, oferecendo mais segurança as empresas. Veja do que estamos falando:
Rede Federal de Gestão de Incidentes Cibernéticos
Em vista dessas ameaças que têm crescido consideravelmente em escala mundial e vem atacando as empresas brasileiras, o Governo Federal do Brasil implantou o decreto de Rede Federal de Gestão de Incidentes Cibernéticos, um recurso que visa elevar o nível de segurança cibernética em dados dos órgãos e das entidades de administração pública federal direta, fundacional e autárquica.
Por meio da gestão de incidentes cibernéticos, o Governo Brasileiro ficará responsável por proporcionar medidas de prevenção, tratamento e resposta perante tentativas de ataques, compartilhar alertas e vulnerabilidades, divulgar informações, promover a cooperação entre os participantes da Rede e ainda promoverá a celeridade na resposta aos incidentes.
Outras soluções para proteger empresas contra ransomware
A cibersegurança é complexa e engloba várias soluções, por isso há também outras alternativas para ajudar a prevenir e dificultar a ação dos hackers na criptografia dos dados corporativos.
Instruir os colaboradores sobre o assunto é o primeiro passo para unir forças contra essa ameaça que vem se alastrando digitalmente. Realizar backup, manter os computadores atualizados, aplicar patches de segurança, desativar arquivos em execução nas pastas App Data e Local App Data e muito mais, também são ações que devem fazer parte do desafio de gerenciar os dados com mais segurança.
Além disso, uma medida indispensável para prevenir um ataque é investir em soluções robustas de segurança baseadas na capacidade de resposta, inovação e execução rápida para ficar sempre à frente de ransomware e ameaças emergentes.
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