O propósito do metaverso é transformar o que era ficção científica em realidade, promovendo ambientes virtuais que podem ser acessados por meio de dispositivos de realidade virtual.
Trabalhar, participar de reuniões, realizar compras e conversar com amigos de uma maneira mais dinâmica é uma das principais características do metaverso, tecnologia que promove ambientes virtuais imersivos, em que os usuários conseguem interagir entre si, usando avatares personalizados.
Para conseguir compreender, detalhadamente, como o metaverso funciona e quais são as suas prospecções para o futuro, neste guia, reunimos uma série de informações e dúvidas que poderão te ajudar:
- O que é metaverso?
- Metaverso: quem criou?
- Como funciona o metaverso?
- O que se pode fazer dentro do metaverso?
- Quais são os desafios do metaverso?
- Qual a relação entre os NFTs e o metaverso?
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Apesar do termo "metaverso" já existir há algum tempo, foi no final de 2021 que se alastrou pelas redes sociais, jornais e demais portais.
Isso aconteceu após Mark Zuckerberg alterar o nome do Facebook para “Meta”, afirmando ser parte de uma grande reformulação do que considera ser o "futuro da internet".
O principal objetivo do conceito é mesclar diversos elementos digitais com o mundo real, de modo a proporcionar uma experiência mais realista, na qual os usuários podem vivenciar conteúdos e não mais acompanhá-los externamente.
Por isso, Zuckerberg define o metaverso como uma “internet materializada”.
Empresas de diferentes verticais estão investindo cada vez mais no metaverso. É o caso dos jogos de interação online como Fortnite, que já ultrapassou a marca de 350 milhões de usuários.
Considerada a plataforma que mais se aproxima do novo conceito, o jogo já consegue, inclusive, proporcionar shows exclusivos para seus jogadores.
O Fortnite também utiliza algoritmos de inteligência artificial (IA) e outras soluções tecnológicas, com o intuito de deixar as partidas mais divertidas, ao mesmo tempo em que visam aumentar o engajamento dos usuários e atrair novos jogadores.
Além da Epic Games, fundadora do jogo, outras gigantes da tecnologia estão investindo milhões nesta inovação.
A Microsoft é uma das empresas que embarcaram neste universo cibernético e está trabalhando para o desenvolvimento do Mesh, uma plataforma mais interativa para realizar reuniões, com avatares substituindo o uso de câmeras.
A plataforma foi criada na infraestrutura de nuvem Azure e “oferecerá aos desenvolvedores, todo um conjunto de ferramentas baseadas em IA para avatares, gerenciamento de sessão, renderização espacial, sincronização entre múltiplos usuários e holoportação para construir soluções colaborativas em realidade mista”, aponta a empresa.
A estimativa é de que esse mercado alcance e movimente US$ 800 bilhões (R$ 4,5 trilhões) em 2024, segundo dados captados pela Bloomberg Intelligence.
Além disso, cerca de 4,9 milhões de brasileiros já estão inseridos em alguma versão do metaverso. É o que mostra a pesquisa realizada pelo Instituto Kantar Ibope Media.
Há também uma demonstração de interesse muito grande vindo dos usuários que ainda não imergiram no espaço virtual.
Continue acompanhando o conteúdo abaixo:
O que é metaverso?
O metaverso pode ser definido como um ambiente virtual, em que os usuários poderão interagir entre si usando avatares customizados.
Em outras palavras, consiste na ideia de proporcionar um espaço tecnológico, coletivo, dinâmico, realista e imersivo, para as pessoas “vivenciarem” digitalmente diversas experiências.
No entanto, para essa imersão acontecer, será preciso utilizar equipamentos de realidade virtual, como óculos especiais, substituindo o uso de smartphones e celulares.
As reuniões virtuais, que se popularizaram na pandemia e se mostraram extremamente necessárias para os profissionais que atuam na metodologia de trabalho híbrido, poderão acontecer em um ambiente virtual com mais interação entre os usuários.
É uma proposta com foco em transformar o que era ficção científica, em realidade. Por isso, vem chamando a atenção das gigantes da tecnologia, mostrando ser o futuro da internet.
Metaverso: quem criou?
O termo foi abordado pela primeira vez em 1992, na obra literária "Snow Crash" de Neal Stephenson.
A ficção científica conta a história de Hiro Protagonist, um entregador de pizza que se transformava em um hacker samurai na internet, usando um avatar digital para estabelecer conexões.
Essa transformação acontecia graças aos adventos tecnológicos proporcionados pelo que o autor denominava ser o "metaverso".
Embora tenha sido citado há anos, foi em outubro de 2021 que o conceito realmente se popularizou na internet, após declarações feitas por Mark Zuckerberg.
Após seus comentários, o termo se tornou uma das palavras mais buscadas na internet. Buscas essas que passaram a crescer dia após dia, em larga escala.
Embora o conceito esteja chamando a atenção, os jogos de interação online já se mostravam altamente tecnológicos, proporcionando ambientes cada vez mais imersivos para os jogadores.
A Epic Games emitiu uma nota em abril de 2021, informando que estavam levantando US$ 1 bilhão para apoiar futuras oportunidades de crescimento, no que acreditavam ser sua “visão de longo prazo para o metaverso”.
Como funciona o metaverso?
O metaverso está sendo criado aos poucos. Por essa razão, existem muitas dúvidas rondando o seu funcionamento. Embora seja um assunto que está em alta, ainda há poucas informações relacionadas ao modo como funcionará.
O que sabemos até agora é que o metaverso pretender proporcionar ambientes mais imersivos, tecnológicos e altamente realistas, usando aparelhos e equipamentos de última geração para garantir o acesso a esse universo digital.
Óculos especiais, fones de ouvido de alta qualidade e outros aparelhos poderão auxiliar nessa missão, levando os usuários para dentro dos ambientes virtuais.
A empresa Meta, por exemplo, já iniciou suas produções e desenvolveu aparelhos para contribuir com essa nova realidade, como o Oculus Quest.
O propósito do aparelho é proporcionar experiências únicas, à medida que garante aos usuários novas maneiras de treinarem, socializarem, trabalharem e também de se divertirem online.
Esses equipamentos são desenvolvidos com hardwares avançados e telas de alta resolução.
Além disso, para o metaverso existir e oferecer tudo aquilo que os especialistas prometem, também será preciso unir uma série de tecnologias aprimoradas.
A Realidade Virtual (VR) ficará responsável por estabelecer um ambiente 3D, a Realidade Aumentada (VA) ajudará a combinar aspectos do mundo virtual e físico, enquanto o blockchain viabilizará a transação de criptomoedas.
O uso de NFT (non-fungible token) também tende a ser necessário para autenticar as transações de todos os itens dentro do metaverso.
O que se pode fazer dentro do metaverso?
Segundo entusiastas, será possível realizar diversas ações, desde reunir os colaboradores da empresa para uma reunião, como efetuar compras, trabalhar, jogar e muito mais.
Uma das grandes vantagens proporcionadas pelo metaverso será a capacidade de aproveitar uma ampla lista de possibilidades, de acordo com as experiências que cada pessoa desejar obter.
Com essa tecnologia avançada, os usuários poderão assistir a filmes e shows que só existem no metaverso, com a distinção de entrar nesse cenário e não mais acompanhá-lo por uma tela de smartphone, tablet ou computador.
Podemos usar a Nike como um exemplo de negócio aplicado no metaverso. Observando essa tendência e seu impacto mundial, a marca desenvolveu a Nikeland no jogo Roblox, com o intuito de recriar a sede de sua companhia em 3D.
A marca realizou essa ação com o objetivo de atrair novos talentos e também permitir que os jogadores se aventurassem pelos seus esportes favoritos, além de trajar o seu avatar de acordo com os artigos disponibilizados pela Nike: tênis, roupas e acessórios.
Em virtude daquilo que o metaverso proporcionará aos usuários, estima-se que em 2022 o mercado global de realidade virtual e aumentada ultrapasse US$ 100 bilhões, segundo pesquisas realizadas pela IHS Markit.
Quais são os desafios do metaverso?
Esse ambiente virtual e imersivo está cada vez mais perto de se tornar realidade! No entanto, embora carregue muitas vantagens que podem beneficiar os negócios, ainda haverá muitos desafios a serem enfrentados.
Para imergir nesse universo completamente novo, precisamos considerar os seguintes obstáculos:
- Valores exorbitantes: os usuários só poderão se conectar ao metaverso, caso utilizem equipamentos compatíveis com essa experiência. Entretanto, há uma estimativa de que esses aparelhos tenham um custo muito elevado, a partir de US$ 300 (mais de R$ 1.600 na cotação em reais);
- Conexão de alta capacidade: os ambientes digitais proporcionados pelo metaverso exigirão que os usuários estejam conectados a uma internet melhor, mais avançada e rápida para lidar com diferentes aspectos, tal qual a rede 5G;
- Coleta e controle de dados: em relação as redes sociais, muito se fala sobre o cuidado com os dados dos usuários que estão online. Uma das grandes preocupações que rondam o metaverso é em relação ao controle e coleta de informações, visto que até hoje, os problemas crescentes com moderação de conteúdo ainda não foram solucionados pelas redes sociais e demais plataformas online;
- Perda de privacidade: outro aspecto que tem preocupado os especialistas está relacionado a privacidade dos usuários, já que o metaverso proporcionará diversos ambientes interativos e, consequentemente, uma possível vigilância constante, detendo dados e informações;
- Ambientes elitizados: no Brasil, ao menos 17% dos domicílios sequer possuem internet, tampouco aparelhos que consigam acessá-la. Sendo assim, as chances desses usuários adquirirem equipamentos caros para navegar pelos ambientes virtuais do metaverso é mínima, preocupando muitas empresas, pois precisarão pensar em outras alternativas para alcançar este público;
- Vício: a questão do vício tecnológico também vem sendo discutida e está gerando inúmeras críticas, uma vez que promover ambientes imersivos tende a manter os usuários conectados por um longo período, ficando desconectados do que acontece no mundo real.
Qual a relação entre NFTs e o metaverso?
Esses universos de realidade virtual promovidos pelo metaverso são impulsionados pelas criptomoedas e por NFTs (Non-fungible Token) ou token não-fungíveis, traduzido para o português.
São soluções ágeis para garantir que os usuários consigam realizar qualquer operação financeira no âmbito cibernético.
Após anunciar a mudança do nome "Facebook" para "Meta", em outubro de 2021, Zuckerberg anunciou que o metaverso da companhia acompanharia suporte para NFTs.
Com base nisso, NFTs se transformaram no meio ideal para representar praticamente todos os itens e recursos dos metaversos, por conta de sua certificação de propriedade e autenticidade.
Muitos especialistas acreditam que os tokens não-fungíveis possam ser a melhor alternativa para compra de artigos únicos e, portanto, insubstituíveis.
Os NFTs são produzidos por blockchain, ou seja, são registrados em blocos de dados específicos para manter a exclusividade e fugir da falsificação de peças.
Desde 2021, quando apontados como uma solução efetiva para esse cenário, os NFTs alcançaram a marca de US$ 3 bilhões, chamando a atenção do mercado digital.
Nesse quesito, os tokens poderão ser utilizados para dar acesso controlado a diversas plataformas, integrando no universo cibernético como uma espécie de "chave de troca" no metaverso.
Conclusão:
A Transformação Digital mudou a maneira como os usuários navegam, trabalham, vendem, compram, jogam e se comunicam online, pois proporciona novas experiências em diferentes universos digitais.
O metaverso chegou com a promessa de otimizar ainda mais essas vivências, promovendo ambientes virtuais mais dinâmicos e imersivos, dos quais poderão levar os usuários para dentro da plataforma, e não mais consumirem os conteúdos pelos seus dispositivos atuais.
Essa tecnologia, sem dúvida, foi desenvolvida com a premissa de realizar uma grande reformulação na internet e tem movimentado as empresas que desejam expandir os seus negócios.
Embora já existam tecnologias abrindo caminhos para a imersão no metaverso, como a rede 5G, ainda há muitos aprimoramentos pela frente.
Sendo assim, as marcas que desejam aproveitar as vantagens proporcionadas por esse conceito, devem acompanhar e seguir as mudanças estabelecidas.
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