Entenda os conceitos por trás desta tendência e como ela promete revolucionar a relação das máquinas com o mundo.
Ao longo da história os computadores e dispositivos eletrônicos tinham de receber ordens do que fazer - geralmente eram programados por desenvolvedores de softwares - antes que eles pudessem completar uma tarefa. Mas atualmente o cenário é um pouco diferente: os computadores vão começar a aprender como executar diferentes tarefas baseados em experiências - o que se parece muito com o desenvolvimento de habilidades cognitivas em humanos.
No entanto, diferente dos humanos, esses sistemas inteligentes de computação vão reter e lembrar tudo o que eles aprendem. Com isso em mente, imagine as possibilidades de cada trabalhador humano ao ter acesso a um assistente informatizado que vai sempre estar preparado para oferecer informações e orientações úteis. Essa é a essência da era da computação cognitiva.
Mas o que realmente é a computação cognitiva?
A computação cognitiva surgiu de uma mistura de ciência cognitiva - o estudo do cérebro humano e como ele funciona - e ciência da computação. E os resultados terão impactos profundos em nossas vidas, na healthcare, nos negócios e em muitas outras áreas.
O objetivo da computação cognitiva é o de simular os processos do pensamento humano em um modelo computadorizado. Utilizando algoritmos de auto-aprendizagem que usam data mining, reconhecimento de padrões e processamento de linguagem natural, o computador pode imitar a maneira como o cérebro humano funciona.
Embora os computadores tenham sido mais rápidos em cálculos e processamento do que os seres humanos ao longo das décadas, eles não conseguiram realizar tarefas que humanos julgavam simples, como entender linguagem natural ou reconhecer alguns objetos em uma imagem. Algumas pessoas dizem que a computação cognitiva representa a terceira era da computação: a primeira foi dos computadores que podiam tabular somas (1900), a segunda foi sobre os sistemas programáveis (1950) e agora os sistemas cognitivos
Desenvolvimento do mercado de soluções cognitivas e de IA
A previsão - apresentada no último estudo de mercado feito pela IDC - para a adoção de sistemas cognitivos e tecnologias de inteligência artificial em todas as indústrias, mostra um crescimento nas receitas mundiais de US$ 8 bilhões em 2016 para US$ 47 bi em 2020. Os mercados para essas soluções vão experienciar uma taxa de crescimento anual composto de 55,1% entre 2016 e 2020.
Segundo David Schubmehl, diretor de pesquisa da IDC, os desenvolvedores de software e organizações de usuários finais já começaram o processo de incorporação e implantação cognitiva ou inteligência artificial em quase todos os tipos de aplicativo corporativo ou processos.
A habilidade para reconhecer e responder a fluxos de dados permite que esses sistemas automatizem uma variedade de funções. As aplicações com o maior número de investimentos em 2016 são agentes automatizados de atendimento ao cliente, sistemas de gestão de qualidade e de recomendações, sistemas de diagnósticos e tratamentos e sistemas de análises de fraudes e investigações.
Os casos de uso com o crescimento de receita mais rápidos esperados nos próximos cinco anos serão Segurança pública e resposta de emergência, Pesquisa e desenvolvimento farmacêutico, Sistemas de diagnósticos e tratamentos, Sistemas de gestão de qualidade e de recomendações e Gestão de frotas.
Para a IDC, as indústrias que apresentarão o maior crescimento de receita em tecnologias cognitivas no período de 2016-2020 serão a Healthcare e Fabricação, uma taxa de crescimento anual composto de 69,3% e 61,4%, respectivamente. A área de educação e de fabricação de processos também experimentarão um crescimento significativo ao longo do período previsto.
Perspectivas para o crescimento do mercado de apps cognitivos
Quase metade de todas as receitas de tecnologias cognitivas ou de IA durante toda a previsão irão para software, o que inclui tanto aplicações cognitivas quanto plataformas de softwares cognitivos, que facilitam o desenvolvimento de soluções inteligentes, consultivas e habilitadas cognitivamente.
A IDC acredita que as despesas com desenvolvimento de aplicações cognitivas deverão chegar a US$ 18,2 bilhões em 2020. Serviços profissionais - como consultoria de TI e estratégias de negócios - representam a segunda maior categoria de receita. Enquanto isso, as receitas de hardware apresentarão uma CAGR (taxa de crescimento anual composto) de cinco anos de mais de 60%.
Além disso, o instituto de pesquisa também aponta que a América do Norte já é a maior região para essas soluções, com as receitas de 2016 alcançando US$ 6,2 bilhões. A Europa, Oriente Médio e África (EMEA) permanecerão como a segunda maior região dentro desta previsão. No entanto, as receitas da região do pacífico asiático (incluindo o Japão), quase atingirão a mesma taxa de crescimento da EMEA até 2020.
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