Entenda o conceito e importância por trás da aplicação deste novo recurso computacional.
Edge computing, também conhecido como computação de borda, é um recurso da computação implantado nas margens dos negócios, uma tendência recente de descentralização que promete muitas mudanças na forma como a IoT vai interagir com a nuvem, principalmente em relação a instalações remotas, afastadas de centros de dados, como é o caso de escritório, lojas de varejo, fábricas e outros.
Muitos profissionais TI argumentam que a computação de borda não se coloca como uma inovação, mas como um afastamento da nuvem e aproximação dos modelos tradicionais de distribuição da computação. Entretanto, muitos deles deixam de lado o fato de que, com a Internet das Coisas e a ampla conectividade de dispositivos, esse afastamento da nuvem não significa um retrocesso na transformação digital, mas uma nova vertente.
Este recurso computacional já é muito aplicado para monitorar a segurança de rede e para informar sobre as ameaças, como malwares e vírus. No momento em que falhas são detectadas em pontos marginais eles são colocados em quarentena, o que garante que a rede corporativa não seja comprometida.
O edge computing representa uma série de desafios significativos para a área de TI, sendo possível citar, entre eles:
- A necessidade de operação e manutenção adequadas para sensores e demais dispositivos móveis implantados em sites remotos;
- Possuir uma segurança bem estruturada e capaz de garantir que os dispositivos remotos não sejam comprometidos ou adulterados;
- A exigência, por parte de empresas, de que profissionais de TI e operadores sejam treinados para trabalhar com dispositivos IoT e de borda;
- A importância de constantes revisões em processos do negócio que façam uso de edge e IoT;
- Indispensabilidade de estabelecer a largura de banda adequada para que os dados de importância para o negócio, coletados por dispositivos de borda, alcancem as áreas em que são necessários.
Entender essas características é essencial para compreender a importância que o edge computing tem para o mercado de TI e as mudanças que este conceito pode representar para os profissionais da área.
As previsões mais recentes indicam um total de 5,635 milhões de sensores inteligentes e outros dispositivos IoT sendo utilizados no mundo até 2020, gerando quantidades imensas de dados. Em 2023, o que se espera é que estes dispositivos e sensores representem mais de 724,2 bilhões de dólares do total do mercado de TI.
É em decorrência dessa representatividade e do alto volume de dados que os computadores de borda estão recebendo mais atenção, uma vez que todas essas informações precisam ser processadas e fazê-lo nos pontos de coleta parece ser o processo mais eficiente.
Quando observamos o crescimento do uso de dispositivos móveis, é impossível não levar em conta que o grande volume de dados produzido se encontra longe das sedes das corporações, em pontos considerados como sendo de vantagem corporativa, externos aos servidores principais. Não é possível contar com uma banda capaz de fazer o envio dessas informações para um processador central de dados dentro das empresas, seria uma sobrecarga muito grande que não pode ser suportada por nenhum nível de serviço disponível atualmente para redes públicas e privadas.
O movimento das organizações em direção ao edge computing é, assim, um deslocamento em direção aos dispositivos que produzem o maior volume de informações, garantindo mais rapidez no processamento dos dados do que seria possível caso os dados tivessem que ser transportados para data centers. Desta maneira, os gerentes de linhas locais e técnicos podem agir imediatamente sobre as informações recebidas.
A importância da IoT para área operacional é outro motivo de destaque para a relevância dos dispositivos de borda, que permitem a aplicação estratégica dessas plataformas, se voltando para a automação de máquinas e alertas na detecção de problemas com a rede, equipamentos e infraestrutura. É, assim, um sistema de prevenção de danos e gerenciamento de riscos.
Desta forma, percebe-se uma tendência de uma redução da onipresença da computação em nuvem. De acordo com os capitalistas de risco Peter Levine e Andressen Horowitz, o edge computing pode ser responsável pela evaporação, ainda que lenta, da nuvem, à medida que a computação migra para a borda.
Os especialistas ainda afirmam que, nos próximos anos, a nuvem pode se tornar um local utilizado apenas para que as informações que devem ser guardadas por longos períodos de tempo sejam armazenadas. Uma vez que a maior parte do volume de dados produzidos estará contido nela, a tendência é que se torne a plataforma onde serão armazenadas, também, as bases para os algoritmos de aprendizado de máquina, que dependem dos dados para análise e treinamento.
A tendência ainda levanta muitos questionamento, principalmente em relação ao apagamento das funções da nuvem na área de TI. Ainda assim, a rapidez e os benefícios decorrentes da proximidade entre as áreas onde os dados são produzidos e processados, desde já, são inegáveis.
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