De todas as transformações que o trabalho remoto trouxe para a rotina, a transformação de BYOD em UYOD talvez seja a mais significativa para encarar uma nova estratégia de segurança.
O termo BYOD (Bring Your Own Device) permaneceu durante muito tempo na rotina das organizações. Na tradução livre, significa que os funcionários levam para a empresa os seus próprios dispositivos para realizar atividades.
Algumas empresas fornecem computadores, tablets e celulares para seus colaboradores, outras não. Por isso, o conceito do BYOD estava presente, mas sempre despertando preocupações relacionadas com a segurança do acesso às informações.
Com a pandemia e o isolamento social, o home office virou uma nova modalidade de trabalho, sendo adotado sem planejamento prévio ou tempo hábil para que as empresas pudessem se organizar para fornecer equipamentos seguros.
Agora, com o retorno gradual ao escritório, muitas empresas estão reformulando sua rotina de trabalho e adotando o modelo híbrido. Desse modo, terão parte de sua equipe dentro da organização, enquanto alguns optam pela forma remota. Com isso, o conceito UYOD ganha destaque.
A adoção do UYOD
Com a repentina transformação do modelo de trabalho, o conceito de “traga seu próprio dispositivo” foi atualizado para UYOD (Use Your Own Device), ou seja, use o seu próprio dispositivo.
Agora, além de lidar com as questões de segurança corporativa, as organizações tiveram que enfrentar as preocupações que o home office e o UYOD trouxeram: além de cuidar do que é seu, é preciso se preocupar com dispositivos pessoais e particulares de seus funcionários.
A complexidade de gestão e controle de políticas de segurança da empresa subiu de nível com o UYOD, uma vez que, utilizando seus próprios dispositivos dentro da própria casa, os funcionários têm livre acesso a qualquer website, durante qualquer momento do dia, como por exemplo as redes sociais, que, geralmente, são proibidas dentro do ambiente corporativo.
Preocupações com a segurança
O conceito de UYOD tem como objetivo oferecer mais liberdade para que os colaboradores possam utilizar os seus próprios dispositivos para o trabalho, dando flexibilidade e maiores possibilidades de realizar tarefas de maneira rápida e de onde estiverem, com comodidade.
No entanto, a prática também possui uma carga de grande responsabilidade para os gestores quando falamos sobre segurança de dados. Apesar das vantagens, a segurança dos acessos realizados fora do ambiente de trabalho é fundamental para a continuidade do negócio.
Uma pesquisa realizada pela Deloitte em parceria com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, o IBGC, apontou que um dos maiores desafios das empresas é consolidar a gestão dos riscos estratégicos e cibernéticos.
Os dados da pesquisa apontam que, das 165 empresas ouvidas, 83% delas indicam que a gestão de riscos e cibernéticos são gerenciados com um grau moderado ou baixo. Quase metade, 46%, destacam que estão em estágios básicos nessa gestão dentro da organização.
Uma das soluções encontradas foi a locação de equipamentos. Ainda assim, os riscos de segurança permaneciam, uma vez que, mesmo com dispositivos alugados, a empresa ainda não teria um total controle sobre o que acontecia com os equipamentos fora das paredes da organização.
Por fim, a saída foi o investimento em ferramentas de controle de ativos de TI. Quem já estava acostumado com a capacidade de gerenciar ativos remotamente, saiu na frente. As outras foram obrigadas a experimentar soluções que, por muitas vezes, não eram adequadas para a situação, até encontrar o que realmente precisavam.
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